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Música sertaneja: História, evolução e nomes de sucesso

 


Com quase de um século de existência, exatamente 91 anos, depois a gente explica essa conta certinha, o sertanejo é um dos estilos musicais brasileiros mais amados. Não importa a sua idade, classe social, muito menos de onde você seja, com certeza pelo menos uma música sertaneja já marcou algum momento da sua vida.


Mas, muito se engana quem acha que o gênero sempre foi assim. Ao longo de tantos anos de estrada, muita coisa mudou. A cronologia é grande! O sertanejo vai do relato da vida no campo a tramas de traição e intrigas nas cidades grandes. As letras e o ritmo foram variando de acordo com o gosto, com o estilo dos cantores e com a modernização dos instrumentos.

Com tanta mudança ao longo desses anos, que tal conhecer agora, em detalhes, a história do sertanejo e quais foram os artistas que marcaram a sua evolução?

Como o sertanejo começou?

Durante a colonização brasileira, as modas de viola eram muito comuns entre os portugueses. Em uma roda, as pessoas se reuniam para comer, beber e contar histórias.
 
Foram os europeus que trouxeram esse instrumento e esse costume para as nossas terras. Além disso, os jesuítas também já usavam a viola para cantar canções católicas para os índios e para promover festas religiosas.

No entanto, de acordo com os estudiosos e historiadores, as primeiras composições de fato classificadas como sertanejo só apareceram no Brasil em 1929, (91 anos!) com o pesquisador, escritor, compositor e humorista Cornélio Pires. Ele queria divulgar o modo de vida do caipira para o restante do país através de músicas e peças teatrais. Por isso, o início desse estilo foi representado por canções sobre a vida no campo e os costumes do interior. Só um tempo depois é que o homem da cidade começou a aparecer nas letras.

Os primeiros grandes sucessos do sertanejo
Foi também na década de 1920 que figuras marcantes do sertanejo começaram a surgir, aquelas composições conhecidas como sertanejo raiz ou música caipira que tocam no “modão” da Alô FM.

A dupla Tonico e Tinoco, por exemplo, foi formada naquela época e ainda é muito lembrada atualmente, desde os fãs mais antigos até as novas gerações.

Sem falar nas canções que foram lançadas nesse início e são consideradas os primeiros grandes sucessos do estilo, como O Menino da Porteira.

A evolução instrumental do sertanejo

No início, os músicos que tocavam e cantavam sertanejo utilizavam, basicamente, a viola caipira, a gaita e outros instrumentos regionais. Com o passar dos anos, esse formato evoluiu e outros foram incluídos, como a harpa e o acordeão.

Por incrível que pareça, a mudança também foi motivada pelo final da 2ª Guerra Mundial, em que ritmos europeus, como a polca, foram incorporados às composições nacionais. Inspirados pelos artistas internacionais, Milionário e José Rico, por exemplo, passaram a usar o violino e o trompete em suas canções.

Além disso, o formato tradicional da dupla formada apenas por homens foi ficando para trás. Em 1945, os primeiros nomes femininos do sertanejo surgiram, com destaque para Cascatinha e Inhana e as Irmãs Galvão. Elas foram as precursoras do feminejo que conhecemos hoje!

Como o sertanejo se modernizou então? 

Ele ultrapassou os obstáculos e conseguiu a tão sonhada modernização. Mas isso só aconteceu entre as décadas de 1960 e 1970, quando o country americano dominou as rádios do Brasil. Essa influência proporcionou aos músicos brasileiros contato com uma nova forma de compor.

Com a chegada da guitarra elétrica, o estilo foi evoluindo cada vez mais e o instrumento fez com que as canções ficassem mais modernas e aprimoradas. Foi então que as canções mais tradicionais, que retratavam a vida simples no interior, começaram a se tornar mais parecidas com as que conhecemos hoje. E o público respondeu de forma muito positiva!

 
E o romantismo, quando apareceu? 

Em 1980, o sertanejo alcançou novos patamares entre os estilos musicais brasileiros. Ele começou a ser tocado nas rádios, em todos os horários, desde os programas matutinos até os noturnos. Foi nessa época também que as duplas começaram a incluir elementos românticos em suas letras. Trechos sobre a solidão, o abandono e a tristeza de perder um grande amor foram aparecendo e conquistaram o público na hora! Tornou-se uma música comercial, passando a ser trilha de novelas de grande sucesso com canções como “Fio de Cabelo”, “É o amor”, “Evidências” e tantas outras.

E a gente nem precisa citar as duplas que souberam (e ainda sabem) fazer isso muito bem, não é mesmo? Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, João Paulo e Daniel, Zezé Di Camargo & Luciano com sucessos que até hoje emocionam os fãs.

Nalva Aguiar e Roberta Miranda foram as mulheres que tomaram conta do cenário sertanejo nesse período. Roberta Miranda chegou a vender um milhão de cópias em seu primeiro disco, com músicas embaladas por letras românticas que tratavam dos relacionamentos, sofrimento e ausência da pessoa amada.

Como surgiu o sertanejo universitário?

Lembra que, bem no início, as músicas sertanejas eram voltadas para o homem do campo e a vida bucólica no interior? Pois é, essa realidade mudou e o estilo acabou dominando as grandes cidades, as festas e os jovens.

Na virada do milênio, a música sertaneja recebeu forte influência do ritmo eletrônico, funk carioca e pop, dando origem ao sertanejo universitário e conquistando um público mais jovem. Duplas como Maria Cecília & Rodolfo, César Menotti & Fabiano, Victor & Léo, Jorge & Mateus e os cantores Luan Santana,  Gusttavo Lima, Michel Teló e muitos outros levaram seus fãs à loucura.

Para se ter uma ideia do reconhecimento, duplas passaram a exportar suas músicas numa pegada made in Brazil, mais popularmente conhecida como made in roça, com shows que hoje chegam a custar meio milhão de reais, como da dupla Jorge & Mateus (segundo o site Movimento Country) atravessando fronteiras em turnês no continente Europeu e América do Norte.

 


Fonte:https://radioalofm.com/

Sertanejo raiz: o início de tudo

 

Não é à toa que a palavra sertanejo vem de sertão. Foram nas áreas rurais que esse gênero começou a surgir, quando trabalhadores de fazendas e tropas de gado se reuniam ao fim do dia para comer, beber e contar histórias, geralmente em torno de uma fogueira e acompanhados de uma viola.

Inspirado por essas modas, o pesquisador, jornalista e escritor Cornélio Pires decidiu gravar um disco com fragmentos de músicas típicas do interior paulista, de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Lançado em 1929, a obra esgotou-se rapidamente nas lojas, marcando o início oficial do gênero.

Nessa época, as composições eram muito relacionadas à vida no interior, passando por questões como as paisagens bucólicas e as diferenças da realidade urbana. Algumas duplas conhecidas eram, por exemplo, Mandi e Sorocabinha, Mariano e Caçula e Tonico e Tinoco.

Suas composições eram normalmente chamadas de música caipira, mas, hoje, são classificadas como sertanejo raiz. Além desta, outras três fases principais de sertanejo surgiram ao longo dos anos, trazendo ritmos, instrumentos e temas diversos para o gênero já conhecido.






Fonte:https://www.sabra.org.br/

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